Caminho

Estamos caminhando

Há séculos por uma versão

Do universo

Que repugna deuses de criação

De sentimentos, de emoção...

E dos livros solenes que escrevemos

Mergulhando profundos nos nossos termos

Ferindo os olhos puros das servas freiras

Com nossa audacidade de liberdade!

Precipitados

Mas não errados

Cansados de viver como lacaios

O mundo nos toma forma!

E somos nós a fazer o dilúvio

E fazendo jus às nossas mudanças

Atribuimos a Deus as únicas constâncias

Se é que ele sobrevive em nossos corações

Se ainda não morreu de planos em desilusões

E seu bálsamo desde muito preparado

Aguarda o dia do retorno

Sábio como sempre moldado

E destemido de abandono...

A natureza em convecção mergulha

Limpida, se corta como agulha

E tantas vezes

Se recombina

Quanto for a sua sina

Para novos gérmens brotarem

Sementes se carregarem pelos cometas

Criarem raízes em novos planetas

E sob vastos cataclismas

Rejuvenescerem a fronte

Desde a dança cósmica das cordas

Ao baile de máscaras dos elétrons

Às naves endossimbóticas

Dos tecidos da inteligência

A vida evolui nessa permanência

E muitas vezes já previram

Que Irá se derrubar

Tudo aquilo que já geriram

E como a esperança é a última que se morre

E é muito lógico que os Deuses, e isso não se torce,

Se constituem da energia e da massa que também nos acolhe

Em passos difíceis como os nossos,

Poderemos! um dia confraternizar, sem maiores esforços,

Nessa valsa explêndida em que caminhamos pomposos.

Dangerous
Enviado por Dangerous em 18/02/2014
Reeditado em 18/02/2014
Código do texto: T4696557
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