A DAMA DA MEIA NOITE.

A DAMA DA MEIA NOITE.

 

Pela a estrada a fora, entre a relva e a flora, caminha em passos lentos sobre a sombra do arvoredo; coisa da imaginação, a brisa que toca seu corpo não desvenda seus segredos.

 

Ela aos poucos desvanece e, como encerrar de uma prece, pelos fins desta estrada, um vulto de quase nada são os mistérios seus, suas marcas e pegadas, ninguém sabe que fim se deu.

 

Ali na beira da mata, na curva desta estrada, sua eterna morada, causos de vidas passadas, um lugar bem quentinho, abrigo do corpo seu, espreitas um passageiro em noites enluarada, para fazer-se amor seu.

 

Um casulo, uma vida que tece um corpo que floresce no iniciar dessa trama, que seguirá para sempre, um espírito descendente, amando quando precisa, punindo quando detém, em momento urgente, como um mandado de deus.

 

Pela estada a fora, jornada que vai ao longe, no silêncio desta vida, olhos fechados, nada a ser definido, nas profundezas da alma, ela de corpo nu, lua de sangue, logo quando tardia ela chega radiante, vestes rasgadas, seios desnudos, saltados tremulante, dança, gargalha em altos sons; dama da meia noite.

 

(antherport) 15/02/2014.

 

Antonio Portilho antherport
Enviado por Antonio Portilho antherport em 15/02/2014
Reeditado em 26/04/2023
Código do texto: T4692801
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