Ciclope
Ciclope,
Mitológico ser,
Os homens ele engole,
Apetite de viver.
Seu olho único,
Não se faz de cego,
Perscruta o mundo,
Desvela os mistérios.
Torna-se egípcio,
Hórus que voa,
Faz armistício com Seth,
Invoca Rá em loas.
Olho que tudo vê,
Se faz piramidal,
Os maçons buscam seu proceder,
Adentra meandros do capital.
Impresso em papel moeda,
Percorre o mundo cambial,
Titã que deseja dominar Gaia,
No corpo é umbilical.
Sua análise ao que existe transpassa,
Aprisiona em panópticos,
Cria sua disciplina vigilante.
Reclusa à cárcere sujeito heróicos.
Ótica unilateral de sol,
Na Terra de cegos,
É rei de um olho só,
Deficiente intrépido.
Desnecessário fazer-se Argos,
Possui aguçada percepção,
Máquina de controle proletário,
Oprime se fazendo religião.
Sem falta de complemento,
Já nasceu universalizado,
A ilusão seduz com pouco sustento,
Seu foco é concentrado.
Gira feito olhar de camaleão,
Traçando direções prismáticas,
Reduz tudo a uma única fração,
Ordena Clio de forma atávica.
Serve de importante guia,
Direciona seus servos,
Um Farol de Alexandria,
Além dos mares, nos céus cria império.
Conduz as Gréias,
Traça destinos,
Extravasa a antiga Grécia,
Ressoa em tempos longínquos.