InfernoII

Inferno II

Inferno é também aquele fogo

de Camões: “ arde sem se ver”.

Raízes do mal a crescer.

A invadir o nosso existir.

Culpas emaranhadas com maus

pensamentos, ressentimentos.

Mentes doentes a forjar perseguições,

más intenções.

No inferno não há vencedor.

Todos perdem e se perdem em meio

à dor.

Quem ataca e quem é atacado.

Revidar é entrar no emaranhado.

É tornar-se autor do pecado.

Dar a outra face até dói, mas não corrói.

Vigiai e orai!

A vigia é irmã da alegria, é a música do

Espírito Santo a afastar todo o pranto.

A nos mandar acreditar no céu, na Terra,

e no mar.

Poderosas forças da natureza.

As árvores se levantam, constroem beleza.

Reciclam o húmus da Terra. Submetem o que

seria podridão à força da transmutação.

O produto final é o adubo natural.

Temos que aprender com elas a reciclar o mal.

Transmutá-lo em amor, nosso adubo natural.

Pense leve, positivo, pense mais, pense!

Pense até chegar à fonte onde nascem os seus

Ais.

Águas paradas, por aquele fogo que arde sem se

ver aquecidas na temperatura ideal para derreter

o seu ser. Não adianta correr.

Tire a tampa daquele lago, deixe as águas mágoas,

resíduos de casos mal resolvidos seguir.

Deixe-as ir.

Ali à beira da nascente, sente.

Tente também se esvaziar.

Chame por um anjo bom que o ajude a se curar

Lita Moniz