REFLEXÕES A CAMINHO DA MORTE

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Este poema é uma homenagem a duas pessoas queridas: Beto Seixas e Themis, que partiram nesse final de outono, que mais parece inverno, com a morte insistindo em se fazer presente, junto com o frio e a névoa que oculta as manhãs.

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Vivo uma fase de mudanças radicais:

nunca mais corri maratonas;

já não amo com há tempos atrás;

na rua, à meia-noite, sinto já ser tarde demais.

Óculos, se os esqueço, vejo-me perdido.

Remédio da PA, não tomar é suicídio.

Antes de cada exame de próstata, muito medo.

Começo a sentir saudade de quase tudo.

Ai de mim, frágil mortal, que do Tempo sinto urgência;

nessa fase da vida que, feito desatada sangria,

gota-a-gota, nos é drenado o viço e a alegria.

Ai de mim, que ainda aparento cinquenta,

mas, de Ísis, sinto-me cada vez mais perto;

- a cata de moedas - barco de Caronte esperando-me no Porto.

- por JL Semeador, Lapa: 17/06/2011 -

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jlsantos
Enviado por jlsantos em 17/06/2011
Código do texto: T3039929