O Rito
Um grupo com a grande maioria de seus membros,
Trajados com indumentárias de cor negra,
Cantarolavam algo que parecia um lamento,
Parecia que o espetáculo dararia a noite inteira.
As vestes longas não denunciavam o sexo,
O capuz velava até mesmo a face de cada um,
Reunidos em uma câmara com abertura no teto,
Formaram um círculo no centro, tornaram-se comuns.
A abertura em cima revelava o céu estrelado,
A lua cheia aparecia com esplendor,
Os gestos eram meticulosamente articulados,
As palavras mágicas ditas com fervor.
O oficiante, vestido em túnica branca,
Conduzia uma mulher de traje vermelho,
Despia a dama e a deitava com sua beleza branca,
Em cima de um pentagrama pintado de branco e preto.
Sua nudez ocupava cada parte do símbolo,
O cálice contendo vinho era ofertado,
Todos provavam a oferenda de Dionisio,
Um dos fiéis ao sacerdote cedeu o braço.
Um a adaga cortou-lhe o braço,
Fazendo descer um leve fio de sangue,
Com essa tintura foram feitos traços,
Ícones desenhados na mulher iniciante.
Recepientes de prata continham água,
Ao banhar os dedos e passá-los na testa da mulher,
Invocou o nome de Leviathan nessa prática,
Logo após beijou a boca que provou o sangue com fé.
Pela chama das velas consagrou a lâmina da adaga,
Invocou o nome Satan em cada um dos cinco candelabros,
Tudo feito num magistral altar de altura mais elevada,
Enquanto os outros membros assistiam tudo de baixo.
Uma tigela contendo sal foi erguida,
Derrado punhados sobre o corpo nu,
Belial foi chamado com a voz masculina,
Cada nome repetido por todos, um a um.
Os incensos acesos davam um aroma inebriante,
Com as mãos abertas o padre negro invocava o ar,
Chamando Lucifer ao altar daquele ser oficiante,
Os quatro elementos da magia que iria praticar.
Deitando-se sobre o corpo feminino exposto,
Disse que aquel mulher seria o verdadeiro altar,
Penetrando no seu cálice de carne majestoso,
Tomando aquela forma de antiga deusa copular.
A magia sexual foi realizada,
A mulher invertendo a posição,
Ficando por cima, agora dominava,
Assumia a postura da antiga tradição.
Foram até o final do ato,
Antes do sacerdote atingir o gozo,
Ritualizaram seu falo,
Buscando apreender além do corpo.
Atingiram o momento de consciência zero,
Quando se faz a ejaculação, o transe erótico,
Nesse momento dispersaram a magia no sexo,
A força da energia liberada fez desmaria neófitos.
Após a concretização, o círculo mágico foi selado,
Os presentes ainda puderam usufruir de bebidas e outros estímulos,
A madrugada se estendeu até a exaustão dos convidados,
No final o local foi organizado e todos de volta á suas rotinas e vícios.