O Engano
Andava por avenidas,
Aproveitando a noite,
Vitrines bem iluminadas,
O ar parecia tão doce.
Avistei uma presa,
Parada em um beco,
Que bela surpresa,
Logo o paladar se tornou seco.
Não se movia a criatura,
Que vítima tola essa,
Numa esquina escura,
Me preparava com pressa.
Não sentia o aroma do sangue,
Que magnífica espécie feminina,
Será que é uma vampira distante,
Se for, a mato com selvageria.
Fui notado e num gesto rápido,
Desvencilhou-se de meu ataque,
Nunca tinha presenciado parecido ato,
Era ágil e dominava minha velocidade.
O olhar era tão sem vida quanto o meu,
Mas nenhum indício vampírico,
Num instante algo me surpreendeu,
Ela me acertou um golpe, estava ferido.
A força foi grande,
Arrancara-me um braço,
Jorrava meu sangue,
Eu estava horrorizado.
Revidei com golpes no vazio,
A mulher se esquivava,
Até que acertei seu semblante bravio,
As garras rasgaram sua cara.
O corte profundo fez a pele mostrar,
Por baixo daquela carne postiça,
Uma estrutura tecnológica de impressionar,
Era uma andróide belíssima.
Já havia fixado meu braço no lugar,
Quando sua mão adentrara meu peito,
Fui atacado do lado direito, chegou perfurar,
Revirava as entranhas e até senti medo.
Aproveitando equívoco de não ter acertado o coração,
Decapitei a monstruosidade tecnológica,
Me desprendi do corpo e esmaguei a cabeça no chão,
Depois desmembrei o tronco por exaltação da vitória.
Dentre os muitos inimigos de um vampiro,
Aquele era um dos mais perigosos,
Algo muito mais forte e extremamente frio,
A batalha mais terrível, começaria logo.