Demônios

Lúcifer, estrela d’alva decaída,

Satã, inimigo dos hebreus, declarado,

Belial, odioso por tamanha rebeldia,

Leviatã, domina mares com abismos intocados.

Baal, traz no próprio nome o domínio,

Abaddon, anjo disseminador da destruição,

Hades, rei do submundo, por com Zeus ter feito armistício,

Fenrir, faminto no Ragnarok pela devastação.

Lilith, rainha suprema de um feminismo embrionário,

Tiamat, deusa dragão dividida ao meio por Marduk,

Kali, derramando rios de sangue, alimenta o imaginário,

Perséfone enamorada, reina nas trevas com doce costume.

Loki, escarnecedor dos mais hábeis,

Seth, esquartejador do irmão Osíris,

Daemon, gênios de tarefas incontáveis,

Moloch reverenciado com sacrifícios infantis.

Astarte, adorada como lua,

Astaroth também personificada,

Ishtar possuidora de dotes da mais sublime formosura.

Amon possuidor de ostentosos templos erigidos,

Mammon exaltando as riquezas,

Innana adorada sob os hábitos mais lascivos,

Melek-Taus, pavão de uma beleza soberba.

Pazuzu, furiosa tempestade de ventos,

Tamuz, fertilizador de natureza taurina,

Sheeva que tem o caos como provento,

Pã, resgatando a naturalidade primitiva.

Anúbis, protetor dos túmulos,

Hell, para as profundezas de Niflheim foi banida,

Omulu conduz como Caronte ao outro mundo,

Abuk fetichizando a Serpente Antiga.

Quetzalcóatl, a denominada serpente emplumada,

Camaxtli a guerra detinha como arte,

Gucumatz fomentador de tempestades inusitadas,

Supay de trevosa morbidade.

Mefistófeles, Fausto ludibriaste,

Mefiz-Tofel, enaltecedor da mentira,

Mefisto, carrega o manto ardil como disfarce.

Dionísio, ditirâmbico em campos verdejantes,

Naamah, sedutora na essência,

Inccubus e Succubus inebriantes,

Fúrias, dançando sobre cadáveres pela falta de clemência.

Górgonas, sarcásticamente animadas,

Diábolus, gregos encantados,

Morrigan de morbidez aprisionada,

Belzebú, exalando sentimentos putrefatos.

Behemoth, espelindo estética abominável,

Amenth, predador de gula funérea,

Balberith, burocrata execrável,

Belfegor da preguiça etérea.

Mantus, resgatando a tradição etrusca,

Abigor, destemido guerreiro,

Asmodeus, tentador de Evas,

Coyote, invocado pelo xamã-feiticeiro.

Demogorgon da antiguidade,

Gorgo, associativo à cultos primevos,

Demon, que se tornaria ambiguidade.

Mastema, tido por potência,

Hecate, divindade expressivamente sombria,

O-Yama, oriental presença,

Nergal, como Chronos, ceifador de vidas.

Radamanthys, emerge das chamas salamândricas,

Samael, envenena o que há de sagrado,

Tânatos, faz esmorecer as esperanças,

Maia, que ilude com seu véu parco.

Chemosh, mais um deus demonizado,

Baphometh, reconhecido pelos templários,

Faunos, animalescamente representados,

Azazel, dissimulado, ordinário.

Demônios são deuses rivais,

Diabos contrários aos deuses vigentes,

Bestas alimentando religiões atuais,

Homúnculos de um ideário insurgente.

Shem, sentido velado da qabalah mais sinistra,

Ham, transmutando um esoterismo linguístico,

Forash, mistério que revela Thoth: - Decifras a Escrita!