Cidade Santa

Lá no alto da colina

Uma cidade circundada por ciprestes

Oculta uma infinidade de criaturas inócuas

Mistérios que a torna sossegada

Silenciosa, lúgubre

Tudo é estático, horripilante

A cada lápide; flores

Cores, serenidade, tristeza

Cruzes, mensagens, retratos

Velas, cheiro de terra, de morte

Pessoas vagantes, arqueadas

Intranquilas e melancólicas

Visitam os munumentos funerários

Amenizam seus sofrimentos

Desabafam, choram, gritam

Com lacrimação inundam os jazigos

Consolam-se mutuamente

Alguns místicos comunicam-se com os espíritos

Imploram, suplicam para que voltem...

De joelhos, rezam

Pedem ao Pai alívio para suas dores

Os desencarnados continuam adormecidos, calados

Mas Deus, onipotente, onipresente, onisciente, está alí

Colhendo em um cálice todas as lágrimas

Gota por gota

Enxugando com Suas mãos aqueles prantos

Levando conforto àqueles corações aflitos

Dando refrigério àquelas atribuladas almas

Fazendo-as compreender que todos os Seus filhos

"Do pó vieram e ao pó retornarão"