Fotocópias
Outro assinou pelos livros
Que de meus monólogos haveriam de saltar!
No chão já não provém abrigos
Árvores que mi’as mãos deveriam cultivar!
E Pelo que não criamos,
E Pelo que não zelamos!
Somos relés fotocópias!
Duma imperfeição imperativa!
A esmaecer no calço das repartições!
Na indisposição funcional do atendente,
Um desapreço pela graça do sustento!
Em sua pele o cancro sobressalente,
No abandono toma posse do sujeito!
E pelo que não agradecemos,
E pelo que não remediamos!
Somos moldes em barro!
Trincados em vestes grosseiras!
Exclusos de qualquer admiração
Por parte do ceramista,
Por parte da clientela,
Em parte pelo que não notamos,
Em conjunto pelo que não queremos,
Em todo pelo que não fazemos,
Em tudo pelo que não desculpamos.