De ante do Amor

De ante do abismo

Eu me pego a pensar

E sonho

Como seria bom

Poder voar...

Mirando a estrada

Eu me pego a imaginar

E sonho

Como seria bom

Poder te desbravar

Num beco sem saída

Eu me pego a cogitar

E sonho

Como seria bom

Poder continuar

Olhando as nuvens

No céu de fundo azul

Vendo suas formas

Antropomórficas

Sonho

Como seria bom

Ir alto e naqueles seres

De leve tocar...

De ante do papel

Limpo sem letras

Nem rabiscos

Eu sonho

Sentindo o poema

Valsando em mim

E penso

Como seria mágico

Formar-te

Colocar-te aqui

Onde tu não podes estar...

De ante da dor

Apertando os dentes

E tremendo

Eu sonho

Como seria bom

Poder te ver

Dor que não sei descrever

Que me acompanha

Desde que nasci

E que ainda vai haver

Depois que eu morrer...

De ante dos olhos

Que me miram ao espelho

Eu paro

Deparo-me

Reparo-me

E não sei quem é que me olha

Esse ali

Eu não sou

E sonho

Se eu pudesse adentrar

Nas tuas pupilas

E morar dentro de ti

Por três eternidades...

De ante das flores

Levemente as toco

Cada pétala tem uma maciez

Inenarrável

Indescritível

E sonho

Se existe alguém nesse mundo

Cuja pele possa ser assim

Eu queria encontrá-la

E ouvi-la

E a chamaria de Rosa

E diria

Você é o oposto das minhas agonias...

Vem comigo Rosa

Vem comigo

Por que não posso

Segui sem ti

Vem comigo Rosa

Vem comigo

Porque foi por ti

Que vim a existir

Vem comigo Rosa

Vem comigo

Nos teus olhos grandes

Eu quero me diluir

E através deles

Penetrar nos mistérios do mundo

E descansar Rosa

Dormir no teu

Colo o sono eterno e profundo

Vem comigo Rosa

Vem comigo

Ou me deixa eu ficar

Aqui contigo

Deixa Rosa

Deixa-me entrar no teu coração

E tu poderás seguir tua vida

Mas deixa Rosa

Deixa eu me aquecer

No calor do teu peito

Queimando o amor

Que te trago

Queimando-me

Nos oceanos silenciosos

Que tem dentro do teu peito

Deixa Rosa

Deixa-me eu entrar no teu coração

Eu sinto Rosa

Eu sei

Que apenas lá dentro

Tem a chave do mistério

Da minha solidão

Deixa rosa

Nas profundezas desses mares absolutos

Eu chorar luto

Da morte de minhas paixões!

De ante do amor

Eu parei

E sonho

E sonho mais

Sem saber o que dizer

Sentindo

As sensações mais belas

Mais puras

Que eu jamais imaginei

De ante do Amor

Não se vive

Nem se morre...

Adiante do amor, a Eternidade...

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 24/04/2008
Reeditado em 28/01/2023
Código do texto: T960312
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