Elegia de uma alma errante
“Todo o organismo florestal profundo
É dor viva, trancada num disfarce
Vivem só, nele, os elementos broncos,
Das ambições que se fizeram troncos,
Porque nunca puderam realizar-se”
Augusto dos Anjos
Quem sou eu?
Uma alma obscura que vaga sem rumo pelas alamedas da escuridão...
Um ser infeliz, errando em meio a trevas em busca de algo que lhe devolva a paz...
Uma ínfima sombra agora...
Um anjo triste que chora, a procura de alguém que o possa consolar...
Um reflexo do que poderia ter sido e não foi...
Uma alma condenada a oferecer sua ausência aos que tanto ama...
Eu, meus amigos
Sou a desgraça
A solidão
A tristeza...
E – embora você possa se recusar a crer
Eu vivo em seu interior...