DELIRIO Nº9
Meus sonhos sobrevoam frente às paredes dum penhasco
E meus olhos enxergam agora, apenas o que quero enxergar
Nessa busca incansavel pelo meu diamante cor de rosa, me vejo como uma sola de sapato que ficou gasta com o demorar dos tempos
As canções que ficaram escritas da minha memoria, tem um poder sobrenatural de me levar para milhoes de amores passados
Consegui me apaixonr diversas vezes, entre esse diverso, ate que recebi certo coração pregado em mim tambem.
Minha tatuagem não significou tanto para minha pele, quanto para minha saudade
Cravos sentem saudades, ate meu suor drenado nessa carcaça velha sente saudade
Sinto-me um karman-guia vermelho, sim, aquele onde moravam nossos sonhos
Sinto-me uma stratocaster bege, tenho setenta anos de paixoes e descompassos
Tenho cada nome que inventei pra minhas noites insones
Ingremes, insoluvel e incapaz de amar cada pedaço de borrifado com mon-glamour!
Tive meu silencio rasgado por um rinoceronte de fina estirpe
Tive meu grito então, e ninguem, nem eu pudemos ouvi-lo, no momento em que ele sentia sede por abrigo
Quando meu violão cantante quis sorrir, fiquei velho e incapaz de dedilhar os sentimentos que ficaram trancados para alguem que nunca encontrei
Fiquei velho, e hoje minha cama aqueçe o meu penhasco
Fiquei velho, e hoje meu mundo não é mais uma coisa qualquer
Fiquei velho, e hoje vivo trancado no meu asilo interno, observando passar em lento, as paredes desse penhasco onde me atirei.