DELIRIO Nº9

Meus sonhos sobrevoam frente às paredes dum penhasco

E meus olhos enxergam agora, apenas o que quero enxergar

Nessa busca incansavel pelo meu diamante cor de rosa, me vejo como uma sola de sapato que ficou gasta com o demorar dos tempos

As canções que ficaram escritas da minha memoria, tem um poder sobrenatural de me levar para milhoes de amores passados

Consegui me apaixonr diversas vezes, entre esse diverso, ate que recebi certo coração pregado em mim tambem.

Minha tatuagem não significou tanto para minha pele, quanto para minha saudade

Cravos sentem saudades, ate meu suor drenado nessa carcaça velha sente saudade

Sinto-me um karman-guia vermelho, sim, aquele onde moravam nossos sonhos

Sinto-me uma stratocaster bege, tenho setenta anos de paixoes e descompassos

Tenho cada nome que inventei pra minhas noites insones

Ingremes, insoluvel e incapaz de amar cada pedaço de borrifado com mon-glamour!

Tive meu silencio rasgado por um rinoceronte de fina estirpe

Tive meu grito então, e ninguem, nem eu pudemos ouvi-lo, no momento em que ele sentia sede por abrigo

Quando meu violão cantante quis sorrir, fiquei velho e incapaz de dedilhar os sentimentos que ficaram trancados para alguem que nunca encontrei

Fiquei velho, e hoje minha cama aqueçe o meu penhasco

Fiquei velho, e hoje meu mundo não é mais uma coisa qualquer

Fiquei velho, e hoje vivo trancado no meu asilo interno, observando passar em lento, as paredes desse penhasco onde me atirei.

Zózimo São Paulo
Enviado por Zózimo São Paulo em 13/03/2008
Código do texto: T899742
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