Anotado
Vou deixar registrado
Em caso de desastre
O que tem fundido
Meu cérebro nesta catástrofe:
- Tenho observado
Gente levada subindo
Os degraus da fama
E gente de bom coração
Sucubindo
Indo a lama.
Sei que é errado,
Mas já enfrentei o criador:
- Porque permite tanta dor?
Me perdoa, por ficar confundindo
Nosso livre arbítrio
Com libertinagem,
Mas o que me permite agir pelo bem
Permite que o mal vem
Invadir meu espaço e me fazer de otario.
Confesso, me pegou nessa,
Me abalei a beça,
Neste espetáculo eu fui a peça,
Que comédia
Sem graça,
Onde será que ficou minha poesia
Que diz pra ter esperança?
Deus não tem haver com minha causa
Foi eu que plantei
Agora eu sei
Colhi a desgraça da minha causa.
Tomei decisões em águas misteriosas,
Deixei fluir minha alma
Num desses poema
Que promete riquezas,
Uma vida maravilhosa,
Me iludi numa falsa rosa.
Nem tudo são flores,
Nem tudo são amores,
Nem toda guerra é armada,
Alguma delas é causada
Dentro da gente
Com permissão do nosso inconsciente.
Devia ter deixado pra trás todo trauma,
Trouxe minha cicatrizes numa mala,
Desfiz na cama
Onde tenta descansar minha alma.
Depois me questiono de tanta tormenta
Quando é eu mesmo que alimenta
Sem querer
Nem notei que estava aqui tudo que me fez sofrer,
Como não fui perceber?
Será que isso me faz um monstro?
Afetei quem não tinha nada haver
Com que tem dentro
Do meu ser.
Baguncei minha convivência
Com minha essência
Tóxica, como é que faz para desintoxicar?
Não queria machucar,
Não queria fazer mal,
Mas o que eu queria afinal ?
Quem que eu quero enganar?
Achei que estava pronto,
Como fui tonto,
Como faço para reverter
O que estou prestes a perder?
Sempre tive boa intenção,
Mas qualquer ação
Que tomei disse o inverso,
Tropecei em casa verso
Que prometi mas não consegui cumprir,
Isso me faz ruim?
Confesso que não sei abrir
Uma oportunidade pra mim
Me perdoar,
No entanto, todo dia vou tentar,
Tomar fôlego e com calma respirar.