Errante
Como um astro, pelo universo, errante
Erra o poeta por descaminhos vastos
Versando sobre amores gris e gastos
Em sua jornada triste e incessante
Anota versos num coração agoniante
Enquanto os perde nos dias nefastos
Quando, como um verme, anda de rastos
Esperando achar amor lá adiante
O poeta então se perde, quando descrente
A fé, em qualquer coisa, é seu sustento
E quando cada promessa faz-se aparente
E tudo, parece ir-se com um mero vento
Percebe que agora, tudo o que sente
Tomou a forma, simplesmente, de lamento