A rubra esperança.
Quase sempre eu me calo
Mas de repente, num estalo
Minha poesia grita por mim
Quase nunca eu falo
De quem sou rei e vassalo
De quem é meu não e meu sim
Quase sempre é meu o talo
Aquilo que para no ralo
O que na colheita é o joio ruim
Quase tudo resulta em abalo
Qual um sino a tinir com o badalo
No anúncio do apocalíptico fim
E o que passa pelo gargalo
É o horrível olor que inalo
É um desespero enfim
Mas os sonhos que eu embalo
São meus intentos, meu regalo
Numa esperança de cor carmim.