Brota do chão
Brota do chão ó pão amargo da tristeza!
Brota do chão todo espinho da avareza
E o vinho da embriaguez brota do cálice da lucidez
Ao chão se esvai todo meu pranto
Não encontrei paz, nem acalanto
Aqui jaz meu infortúnio
Desventuras, injúrias, desamor
No ardor cultivei e só colhi
O dissabor da vida no labor
O pouco do amor que senti
Nada serviu a quem lhe dediquei
Solitário e resignado eu vivi
Na amargura sempre me amparei
Do pó eu vim, ao pó retornarei
Mas minha alma e não corrompi
Toma meu corpo que de ti usei
Tens sua paga, deixe me ir