[maresia - a última epifania na praia do pontal]

Tremem as ondas ao emergir

e provar o ar da melancolia

da solidão do poeta

que perde as linhas escritas no caderno

roubado pela dona da poesia

Crescem, batem, e morrem feito rimas

que escorrem pelos dedos inertes

em mãos trêmulas - quase sem vida

Formam o azul, o verde e o cinza

roubando as cores dos corpos,

os odores das vindas,

os sabores das bocas,

os sons dos atabaques que dobram na esquina

Retornam pro mar, aprendendo a desilusão

que é pensar ter a mera chance de escrever

ao perder um amor e ainda sair por cima

Elizabeth Gomes
Enviado por Elizabeth Gomes em 10/02/2023
Código do texto: T7716192
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