[maresia - a última epifania na praia do pontal]
Tremem as ondas ao emergir
e provar o ar da melancolia
da solidão do poeta
que perde as linhas escritas no caderno
roubado pela dona da poesia
Crescem, batem, e morrem feito rimas
que escorrem pelos dedos inertes
em mãos trêmulas - quase sem vida
Formam o azul, o verde e o cinza
roubando as cores dos corpos,
os odores das vindas,
os sabores das bocas,
os sons dos atabaques que dobram na esquina
Retornam pro mar, aprendendo a desilusão
que é pensar ter a mera chance de escrever
ao perder um amor e ainda sair por cima