VIDRO
Papel de parede pintado com rosas vermelhas
Sobre medida para um amor sem fim
Refletindo num chão de vidro os poemas
Que nunca tiveram um fim, porque, eram perdidos...
Escritos sobre medida para nós entre o vós em voz
Letra por letra, palavras de corpo e alma
De coração para coração como numa singela canção
Com a ponta dos pregos e a coroa d’espinhos
Cravejados nos nossos corpos suados, molhados...
Mas, cactos de ventos d’almas perambulando
No ar sem ar pelo vento seco dos mares
Como resto d’amor morrendo no jardim
Pela poeira dos vidro de palha espalhados nas figuras
E, na sala de estar, que não está decorada
Portas retrados de sangue,
Sobre o tapete dos corredores, vidas divididas
Sombras de areia nas cotinas em sombras
Que voam sobre o tempo desse tempo
Que teria amado nos sarros entre sussurros
De quem rolou bêbado em Roma
Gemendo de frio
Jamais Paris viu a torre Eiffel
Suspensas em cada quebra luz do terraço
Que de graça inspira poetas sem gracejos
Com seu dilemas como disse Satre, o filosofo
Pela clave de sol, dó, fá... Musicalidade nos ventos
Bobagens de perdas e danos são miragens
Ó vida, que de Nice vai-se a Lisboa
Pelos portos do Porto
Com violas dos tiros, cortes de tesouras, facas...
Morte sobre o Sena para não dizer Lagoa
Do Ariano Suassuna pelas canções da França
Da bela Katia de França entre rios
Paraíba e Senhauá
No mar do triste fim dessa poesia
Na casa de João e Maria.