MENINOS DE RUA

Dispersos na multidão ofegante

Dos centros urbanos que estuam,

Sobejam seus vagos olhares

Os pobres meninos de rua.

Curvam-se em reverência

Aos apressados transeuntes,

Implorando no trânsito insano

Um ato benevolente.

A vida não lhes sorri,

Mas sorriem para a vida.

De peito aberto num mundo incerto,

Amargam a sina nas frias esquinas!

Ludibriando constantes enganos,

Vestem-se de inócua alegria,

Quando ao sol do dia findo,

Voltam-se ao subúrbio sorrindo!

Compreendo alguns deslizes

De seu viver inconseqüente,

Pois vêm de lares onde a ira

Faz morada permanente.

Vislumbram em seu submundo:

As estruturas mudarem,

Para ser cidadãos no mundo

E seus sorrisos brilharem!

Antenor Rosalino
Enviado por Antenor Rosalino em 14/04/2022
Código do texto: T7494896
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