Anjo da Morte
Eu visto negro, como um anjo da morte
Em mim não quero que a luz incida
Eu absorvo, é o que me mantém forte
Eu me escondo, é o que mantém minha vida
O meu olhar é lâmina de fino corte
Em muitos até abri letal ferida
Mesmo eu, ante o espelho, não tive sorte
Anjo da morte, me alimento da alheia vida
Eu visto negro, pois nele sou disforme
E me camuflo onde a cor jamais existe
A tristeza é do poeta, o uniforme
Mas ser poeta, é então o que me faz triste?
Ou tal pranto somente acorda o que em mim dorme
E o poeta, a se mostrar, não mais resiste?