Anjo da Morte

Eu visto negro, como um anjo da morte

Em mim não quero que a luz incida

Eu absorvo, é o que me mantém forte

Eu me escondo, é o que mantém minha vida

O meu olhar é lâmina de fino corte

Em muitos até abri letal ferida

Mesmo eu, ante o espelho, não tive sorte

Anjo da morte, me alimento da alheia vida

Eu visto negro, pois nele sou disforme

E me camuflo onde a cor jamais existe

A tristeza é do poeta, o uniforme

Mas ser poeta, é então o que me faz triste?

Ou tal pranto somente acorda o que em mim dorme

E o poeta, a se mostrar, não mais resiste?

Marcelo Simas Pereira
Enviado por Marcelo Simas Pereira em 03/04/2022
Código do texto: T7487313
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