AO CAMINHAR

AO CAMINHAR

 

Foi na estrada, ao caminhar,

Que vi os espinhos a ferir,

Mas não foi só nesse olhar,

Que vi a dor me consumir.

 

Cada revés no estradar,

Sob o luar me fez agir,

Senão a seca a perdurar,

Me levará a sucumbir.

 

Foram tropeços a sangrar,

Ante as pedras e o fuzil,

Como a fome ao vomitar,

O que comeu e já sumiu.

 

Sertão eu tive e vou lembrar,

Pois essa dor não esqueci,

De ver meus pés até sangrar,

Se o caminho não entendi.

 

Sei mesmo é que há um lugar,

Que cabe o choro ou faz sorrir,

Mas sou raiz a procurar,

Água no chão, mesmo sem rir.