DESABAFOS GLOBAIS

 

O poema não tem imagem

A dor tem cores que se apagam

Águas não enxergam linhagem

Vidas e substantivos pagam

 

Aquecimento líquido global

Futuro que já se faz presente

Vozes se apagam por igual

Soluções ainda tão reticentes

 

Rios viram ruidosos mares

Desespero atinge a população 

Pessoas esquecendo seus pares

Saqueadores párias sem noção 

 

Petrópolis entardeceu chorando

Muitas mortes na estatística

Gente aos lares abandonando

Solidariedade ganhando logística

 

Teoria do caos ou tragédia anunciada

Não sei nem mesmo à você dizer 

Pandemia ainda não derrotada 

Variantes impedindo o viver

 

Doenças e desastres naturais

Clima revoltado pelo descaso

Números tensos quase surreais

Previsíveis nada é por acaso

 

O clima de guerra pulsando latente

Parece longe perto chegando

Já não bastasse o caos presente

Poder pelo poder gente matando

 

Posso estar velha e cansada

Só que não se pode ser cega

O mal vencerá em escalada

Se FIZERMOS apenas NADA 

 

Cristina Gaspar
Enviado por Cristina Gaspar em 16/02/2022
Reeditado em 16/02/2022
Código do texto: T7453205
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