DESABAFOS GLOBAIS
O poema não tem imagem
A dor tem cores que se apagam
Águas não enxergam linhagem
Vidas e substantivos pagam
Aquecimento líquido global
Futuro que já se faz presente
Vozes se apagam por igual
Soluções ainda tão reticentes
Rios viram ruidosos mares
Desespero atinge a população
Pessoas esquecendo seus pares
Saqueadores párias sem noção
Petrópolis entardeceu chorando
Muitas mortes na estatística
Gente aos lares abandonando
Solidariedade ganhando logística
Teoria do caos ou tragédia anunciada
Não sei nem mesmo à você dizer
Pandemia ainda não derrotada
Variantes impedindo o viver
Doenças e desastres naturais
Clima revoltado pelo descaso
Números tensos quase surreais
Previsíveis nada é por acaso
O clima de guerra pulsando latente
Parece longe perto chegando
Já não bastasse o caos presente
Poder pelo poder gente matando
Posso estar velha e cansada
Só que não se pode ser cega
O mal vencerá em escalada
Se FIZERMOS apenas NADA