Sono
Contemplando a insônia,
Buscando o cálice de Morpheu
O sangue que se arrasta em minhas veias carrega o veneno do desespero
Os pensamentos que assombram minha mente amargam as horas do abandono
As ilusões a rondar minha loucura não passam de visões sem sentido
Os meus passos percorrem um chão sem solidez
Minhas mãos não encontram apoio algum dentro desse nada
Meu alento não tem abrigo, meu vagar não tem direção
O peso que carrego, não agüentei jamais
O preço que paguei não importa mais
Sinto que respirar é impossível
Nesse apagar de mim
O ar que busco desesperada congela meu ser
Há pouco tempo, tudo vai acabar
Inebriando-me na escuridão
Curvando-me ao meu fim
Enlouqueço, sozinha, em meio à solidão
Fecho os olhos, doloridos de ver tanta decepção
Adormeço, asfixiada no silêncio das eras que se vão