Sono

Contemplando a insônia,

Buscando o cálice de Morpheu

O sangue que se arrasta em minhas veias carrega o veneno do desespero

Os pensamentos que assombram minha mente amargam as horas do abandono

As ilusões a rondar minha loucura não passam de visões sem sentido

Os meus passos percorrem um chão sem solidez

Minhas mãos não encontram apoio algum dentro desse nada

Meu alento não tem abrigo, meu vagar não tem direção

O peso que carrego, não agüentei jamais

O preço que paguei não importa mais

Sinto que respirar é impossível

Nesse apagar de mim

O ar que busco desesperada congela meu ser

Há pouco tempo, tudo vai acabar

Inebriando-me na escuridão

Curvando-me ao meu fim

Enlouqueço, sozinha, em meio à solidão

Fecho os olhos, doloridos de ver tanta decepção

Adormeço, asfixiada no silêncio das eras que se vão

Ana Pismel
Enviado por Ana Pismel em 15/11/2007
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