Teu lar
Não é a beleza das palavras que está em falta
Tampouco o efeito amargo,
Que assustadoramente elas te causam...
Mas essa tua disposição em se autoflagelar...
Não é a decência de tuas escolhas,
Mediante às decisões alheias,
Que nivelam o certo e o errado.
Mas a frieza com que vestes as intenções.
Não é ausência de sentimentos,
Mas o excesso da espera, que te fere por dentro
Tu bem sabes, o bem querer vem te abraçar
Mas que você se nega a aceitar.
Não é a vontade alheia,
Ou mesmo a fragilidade humana...
Não é a finitude dos sentimentos...
Não. Nada disso é o que te dói...
O que te dói é a expectativa de almejar doação
Em lugar onde nunca existiu
O que dói, é esse "sentir por dois"
É entrega quando o outro já foi...
Essa dor já nem sangra mais, porém, lateja dia após dia,
Porque você escolheu não se curar.
E enquanto teu lar for habitado por tal dor
Nada florescerá em ti... perceba!