Grito
Contido,
Arredio,
Por vezes, sonoro
Outrora sombrio.
Meu grito,
Meu peito rasgando...
Silêncio fúnebre.
Pálpebras pesam...
Certas lamúrias
Fazem de meu silêncio
Um grito doído.
Hora sou humano
Hora sou resquício
Um vento qualquer...
Deixo-me levar
Pela brisa que me toma
Certa redoma,
Me desperta os sentidos
Tão logo, me faz descolar
Alma e corpo.
Eu preciso cantar!
Sussurro à minh'alma...
Que o medo
Não sufoque o meu canto.
Que o grito
Não se torne meu pranto
Desabafo, que compõe meu canto...
Eu, despida ao poetisar!