Desequilíbrio

Andar no meio-fio.
Observando as flores do caminho.
Admirando cascatas,
E fina grama, como tapete
Numa paisagem íngreme,
Pontilhada de flores amarelas.

Cruzar com olhos negros,
Castanhos, amarelos e azuis.
Até verdes, os preferidos.
Num horário agressivo,
A trinta graus, primavera.

Andar nos trilhos,
A caminho da estação.
Vendo crianças descalças,
Brincando em esgoto e lixo.
Dejetos de supermercado
Que se transforma em alimento.

Seguir em rua poeirenta,
Saltando poças de lama
Indicam aproximação,
De Habitat indesejável
Ter de permanecer,
Ou perder a razão.


 
A Regina Michelon
Enviado por A Regina Michelon em 14/11/2005
Reeditado em 10/03/2019
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