O coração sabe...

A poetisa não quer mais

Seu dialeto de fragrâncias

Há um ímpeto

Arrepiando a sua pele,

Uma luz sobre a consciência.

Suas omoplatas se distendem,

Os punhos tomam consistência mineral.

Seu céu de lustres tem agora

Os caibros visíveis sob a telha vã.

A poetisa caiu, perpendicular

No poço da descrença

Para buscar a chave

No solo das tristezas.

A poetisa não quer mais

Os esplendores que cegam

Pelo excesso de luz.

Há parasitas envolvendo suas flores.

O vento sopra pelas frestas

Uma flauta doce de réquiem.

Vá pela vida a vagar

Sacia-te dos néctares,

Dos pássaros, animais,

E do homem sedento...

E então vá!

Tácito

Paulo Tácito
Enviado por Paulo Tácito em 26/08/2020
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