NOITE
Em cada árvore morta de pé;
Uma lágrima de folha escorria;
Pelo galho putrificado pela tristeza;
De seres tu a terra em cupim.
Tu bem sabias do vento que me envolvia em amor por ti;
Não fizestes nada para me arrancares como fruto d'árvore;
Que o saciava de alimento para não pecares, fizestes!
Ó céus, Por que de mel eu te dava em alimento?
Ah! Hoje estás tu condenado a viveres nas sombras;
Porque em fel se transformastes, e adocicas a morte;
Pela dor que me causastes quando eu não esperava!
O limbo encrustado nas tuas entranhas, te fazes muito mal!
E, hoje, percorres o labirinto angustiante da tu'alma em desespero;
Por estares louco, fustigado em morte por entre as árvores do bosque.
Por mais que tu queiras o nascer do dia em sol, não haverá luz;
Pelo bosque deserto atravessaras paralisado em raiz n'areia;
Sempre a lembrares da noite em céu, por teres teres teus dias;
Plantado em árvore plantada na angústia do teu tormento, a dor.