TÉDIO

Canto a minha decadência

de homem cativo

do reino da noite.

Canto a melodia da vida,

contemplo a mim mesmo

em momentos divinos.

Com o olhar perdido

buscando o mundo

dos homens cansados,

e encontrando mundos

cansados dos homens.

Ecoa meu grito de homem animal,

por ignorância do tempo-espaço

torno-me invisível para você,

para o mundo, para a vida.

Ópio não fumei,

talvez demais para mim,

fico tonto, envelheço.

Nunca estive preparado,

esta vida deixa-me enjoado.

Vomito o "Miojo" indigesto,

corro nas matas gargalhando,

empenho-me em subir a gangorra...

Durmo então, eivado de cansaços.

T@CITO/XANADU

Paulo Tácito
Enviado por Paulo Tácito em 26/04/2020
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