DOS DIDATISMOS DA DOR
“( )
Eu não tenho vistas largas,
Nem grande sabedoria,
Mas dão-me as horas amargas
Lições de filosofia
( ).”
(António Fernandes Aleixo (1899 – 1949))
(Fragmento do “Este livro que vos
DOS DIDATISMOS DA DOR
Há de esperar da dor
Mas do que o verter de lágrimas
Ou o eterno desfilar de lástimas
Um doloroso momento
Se afigura também como um professor
Porque todo sofrimento
Carrega o germe de ser um condutor
Que nos leva por meio desta sabedoria
Cultivada por entre seus espinhos
Para o recomeço, novos caminhos
Pois é muitas vezes pela penitência
Que transformamos essa salgada agonia
No revigorante doce da resiliência
E assim vamos vivendo com destemor
Lição por lição, todo o dia
E aprendemos na poesia
Com todo seu lirismo
A retirar do sumo e do suor de toda a dor
O necessário didatismo,
Assim falou, sem desleixo
O mestre António Aleixo!
© Leonardo do Eirado Silva Gonçalves
(Direitos reservados. Lei 9.610/98)
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