O bebâdo

O bebâdo

Quando o bebâdo se emudece,

o céu e o inferno se entristecem.

A graça do mundo se enlouquece,

sabendo que o luto nos aquece.

De maneira alegre se chora diante do amor perdido.

Quando tudo o que resta é uma lembrança vaga

tomada pelo alcoól que enlouquece.

A vida nos toma de assalto, sabendo que o alvo não somos nós

nos deixando a sós com um caixão de mogno vivo,

sabendo que seu conteudo está mais morto e enterrado que o buraco abaixo.

Procurando a pá para cavar mais fundo,

vamos deixando nossas amarguras cairem feito lagrimas no asfalto quente de verão.

Enterrando a dignidade no café amargo de uma manhã sinistra,

aceitando a derrota da vida sobre a morte.

Caindo, sempre caindo em direção ao buraco que é mais embaixo.

Sentando no colo de satanás no céu, abraçando são pedro nas portas do inferno.

Vendo o papa enterrado de ponta cabeça,

acenando para os filosófos que estão num limbo eterno por não conhecerem uma certa Altura.

O alcoól sobe, a mudez se dissipa, e o sorriso de mais um dia se abre.

Assim como se abre um coroti.

Minari
Enviado por Minari em 02/11/2019
Reeditado em 24/02/2023
Código do texto: T6785481
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