O bebâdo
O bebâdo
Quando o bebâdo se emudece,
o céu e o inferno se entristecem.
A graça do mundo se enlouquece,
sabendo que o luto nos aquece.
De maneira alegre se chora diante do amor perdido.
Quando tudo o que resta é uma lembrança vaga
tomada pelo alcoól que enlouquece.
A vida nos toma de assalto, sabendo que o alvo não somos nós
nos deixando a sós com um caixão de mogno vivo,
sabendo que seu conteudo está mais morto e enterrado que o buraco abaixo.
Procurando a pá para cavar mais fundo,
vamos deixando nossas amarguras cairem feito lagrimas no asfalto quente de verão.
Enterrando a dignidade no café amargo de uma manhã sinistra,
aceitando a derrota da vida sobre a morte.
Caindo, sempre caindo em direção ao buraco que é mais embaixo.
Sentando no colo de satanás no céu, abraçando são pedro nas portas do inferno.
Vendo o papa enterrado de ponta cabeça,
acenando para os filosófos que estão num limbo eterno por não conhecerem uma certa Altura.
O alcoól sobe, a mudez se dissipa, e o sorriso de mais um dia se abre.
Assim como se abre um coroti.