Poema – Daforin
Poema – Daforin
Eu sou um parasita
Para aqueles que me amam
Desgracei as suas vidas
Com o meu nascimento
Agora vos entrego o meu suicídio
Para que vocês possam sorrir por um dia;
Não veem que estou
Destruindo suas vidas?
Me enforquem
Para que eu possa faze-los viver!
Há uma assombração
Que caminha ao meu lado
Desde os primórdios da minha infância
Todas as vezes que eu tento ser feliz
Ela começa a chorar
Suas lágrimas transformam-se em
Maldições que transformam o meu
Sorriso em gritos de dor
Gritando como um lunático
Eu suplico para que todos
Vocês vão embora
Eu só quero ficar sozinho
Com o diabo e ouvi-lo chorar
Sentindo a sujeira do mundo
Corroer a minha pele
Não entendo como vocês
Podem amar um monstro como eu;
Há uma assombração
Que caminha ao meu lado
Desde os primórdios da minha infância
Todas as vezes que eu tento
Levantar da cama
Ela se deita em meu lugar
Me prendendo a este quarto
Um escravo das suas paranoias
Escutei os sussurros de
Uma criança maldita
Lamentando o seu nascimento
Como a morte pré-matura
De estrelas incandescentes
Desejamos a escuridão do nada
E o martírio de todas as coisas
Me usem!
Como um porco
Pronto ao abate!
Me odeiem!
Como o diabo odeia
O crucifixo!
Eu sou as trevas
Nos olhos daqueles
Que perderam as suas esperanças
Nas minhas poesias
Há metáforas que escondem
A data do meu suicídio
Mas vocês só se importam
Com o poeta
E não com o sangue
Jorrado dos meus punhos;
Há uma assombração
Que caminha ao meu lado
Desde os primórdios da minha infância
E ela faz todos que eu amo sofrer
Todas as vezes que eu tento abrir
O meu coração
Ela me transforma em um monstro
Capaz de corroer as suas entranhas
E sugar a sua felicidade
Eu sou um parasita
Para aqueles que me amam
Desgracei as suas vidas
Com o meu nascimento
Agora vos entrego o meu suicídio
Para que vocês possam sorrir por um dia...
- Gerson De Rodrigues