BRUMADINHO CHORA !
BRUMADINHO CHORA!
(Um tributo a todos que perderam suas vidas)
(Que Deus ampare todas as famílias enlutadas)
(Versos também integrantes de um dueto com a poetisa Lenir Moncorvo)
Naquele dia
O sol se retirou
E só se respirou
A nuvem cruelmente formada
Uma densa e negra bruma vinha
Trazendo a tragédia anunciada,
Do jeito mais mesquinho
Pelo abandono de bruma-dinho
E no mar de lama do caminho
Pelo que era antes uma vila
Distrito ou cidade
Se formou uma enorme fila
De dor e infelicidade
Do demasiado barro
Como se fora catarro
Expelido de lucros incessantes
Tão asquerosos expectorantes
De determinados e inescrupulosos sujeitos
Restou um rastro de morte
Nas trilhas macabras de um rio de rejeitos
Nada mais há que conforte
Diante de tão desoladora imagem
Corações despedaçados
Vendo seu futuro
Seus bens, seus filhos
Tristemente soterrados
Pelo rompimento de uma barragem
Neste agora
Minas chora
Lágrimas Gerais
Minas são fatais
Dura sina
Minas duras
Minas da dor
Do minerador
Da Mineradora
Assassina
Respeitosamente
© Leonardo do Eirado Silva Gonçalves
Direitos reservados. Lei 9.610/98
31 de janeiro de 2019