PRESA

Lembro-me bem de quando eu era livre
Não liberdade de vigilâncias...
Não, sempre comprei minha alforria à altos preços.
Era uma liberdade de alma!
Nas noites enluaradas
Nas gargalhadas soltas
Na ausência de culpas
Na permissividade para " SER "
Cantar todos em os cantos da terra
Andar pelas madrugadas sem medo,
sem hora para fechar meus olhos,
ou torna-los a abrir!
Era toda uma loucura consciente
Latente no sangue...
Mais vermelho
Sim...
Tenho certeza que era mais carmim! 
Hoje, sem minha velha liberdade, morro 
Definho um pouco a cada dia
Doem-me os ossos
Entristece a poesia...
Não que tenham agrilhoado meus pés
Ou cortado minhas asas
Não, a mais triste e cruel verdade
é que eu mesma me confinei aqui
Entre muros de papel
e grades de fuligem...

Imagem do Pinterest