Rastro Rápido
No rastro rápido de um silvo,
O badalar das vozes repetidas,
Um coro de marionetes vivas,
Numa teatrologia de faces vencidas.
Nesse ribombar de riso cruel,
Trincando os desprazeres rotos,
Esculpindo a amargura do fel,
Num vomitório de simples arrotos.
Cada queda quebra um orgulho,
Lapidando essa mina de refugos,
Faz alastrar o sopro da putrefação,
Regurgitando esse rio de lama confuso.
Inunda os poros patéticos,
Ao ponto de asfaltar a epiderme,
Em caudalosos dejetos,
Tornando-se humanos pântanos inférteis.
Qual desespero de poucos,
Pela onda que engole sem mastigar,
Com lambidas de movimento rouco,
Na fome insaciável de comer até matar.
Pelo retrato o recado de um passado,
Que persiste nas imagens foscas,
A procura de um alívio imediato,
Já que a desesperança voa feito moscas.
Cada pé ficando uma pegada não respondida,
Na selva amarronzada de sujeitos desvalidos,
A fé como último refúgio dos que sofrem em vida,
Procura acalentar esses seres de Brumadinho.
Sobra a fúria da ganância cega,
O horror diante da anunciada miséria,
Aquele pranto amargo misturado à pilhéria,
De quem faz cálculos mesquinhos da bolsa em ALTA,
ou em que
da].