Soluços

Entre as letras simétricas há os soluços

Ao toque previsível dos dedos a sintonia

Os ponteiros deflagram a tal inquietude

Nesse instante a tristeza me dá alforria.

As fitas dispersas sepultam o marasmo

Os ventos lá fora acariciam as vidraças

Sob a cama observo o presente confuso

O licor que se esvai dentro de duas taças.

O silêncio absurdo percorre a consciência

Há degraus que me levam ao sono tardio

No reflexo denotam-se os vincos amargos

A depressão à espreita e a vida sem brio.

Na estrada escura as lágrimas são nítidas

Há um mundo de dor e invisível aos demais

A poucos metros a rua tão mórbida e vazia

Sou um barco sem rumo e distante do cais.

Alexsandro Menegueli Ferreira 31/08/2018 às 11:17 de sexta-feira