Hoje o sol não nasceu

Hoje o sol não nasceu

Escondeu-se da minha face cansada

Amarrotada pela noite mal dormida

As flores ainda estão molhadas pelo orvalho da madrugada

Mas como o sol, tu não vieste...

E a saudade é tão imensa

Grandiosa como meu amor que de nada vale

E porque hoje o sol não nasceu minha face está mais pálida

Minhas carnes mais frias, enrugadas pela humidade do tempo

e dos rios que passam sobre mim

Desembocam em mim suas correntes

Afogam-me, sufocam-me com tanta beleza

Eu, que não nasci para contemplar beleza alguma!

Sou aquela que é feita de tantos vazios que não cabe em si

Precisa desabafar nestes poemas medonhos

Nesta poesia insana, profana_ horrenda!

Onde a alma sangra a dor de existir na solidão

Coração destroçado pela indiferença do ser querido

Pelos olhares que nunca pousaram nos meus olhos

Pelas mãos distantes

Acariciando outras faces

Em enlaces que sei serem muitos

Mas nunca comigo

Nunca cousa alguma para mim...

E hoje o sol não nasceu...

Escondeu-se dos meus versos.

Elisa Salles ( Elisa Flor)
Enviado por Elisa Salles ( Elisa Flor) em 31/08/2018
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