Amargura_Ressurreição Poética n° 17

Da Série: RESSURREIÇÃO POÉTICA

POESIAS ANTIGAS

[Veja a contextualização desta série na poesia n° 01]

AMARGURA

Quando a tua boca ferida

Não jorrar mais palavras

E a fonte cristalina dos teus olhos

Não derramar mais lágrimas de amor

Que lavem os meus desejos

Estarei só

Perdidamente só

Um ermitão no meio de uma fatalidade

Segurando os cacos partidos

De um coração amargurado

Onde as veias murchas

Se desidrataram com os restos de mágoas

Deixando à beira do caminho

O marco e as marcas esquecidas

No vão de uma melancolia

Quando a tua carne apodrecer

E os vermes da tua paixão

Não mais contaminarem o meu espírito

Estarei só,

Eternamente só

Com a triste certeza de que

Debaixo do firmamento

Sob olhares festivamente alheios

Estarei tão taciturno

Um bêbado noturno

Embebido de agonia

Sem lar, nem calçada, sem nada

De vazios completamente cheios

Uma vacilante profecia

De ser mais uma estrela apagada.

© Leonardo do Eirado Silva Gonçalves

30 de março de 1982

.................................................................................................

CONVITE

Caro Leitor:

Se você tem alguma crítica, elogio ou sugestão sobre este texto não deixe de comentá-lo. Sua opinião é muito importante para que eu possa fazê-lo ainda melhor para você.

Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 03/07/2018
Código do texto: T6380066
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.