Amargura_Ressurreição Poética n° 17
Da Série: RESSURREIÇÃO POÉTICA
POESIAS ANTIGAS
[Veja a contextualização desta série na poesia n° 01]
AMARGURA
Quando a tua boca ferida
Não jorrar mais palavras
E a fonte cristalina dos teus olhos
Não derramar mais lágrimas de amor
Que lavem os meus desejos
Estarei só
Perdidamente só
Um ermitão no meio de uma fatalidade
Segurando os cacos partidos
De um coração amargurado
Onde as veias murchas
Se desidrataram com os restos de mágoas
Deixando à beira do caminho
O marco e as marcas esquecidas
No vão de uma melancolia
Quando a tua carne apodrecer
E os vermes da tua paixão
Não mais contaminarem o meu espírito
Estarei só,
Eternamente só
Com a triste certeza de que
Debaixo do firmamento
Sob olhares festivamente alheios
Estarei tão taciturno
Um bêbado noturno
Embebido de agonia
Sem lar, nem calçada, sem nada
De vazios completamente cheios
Uma vacilante profecia
De ser mais uma estrela apagada.
© Leonardo do Eirado Silva Gonçalves
30 de março de 1982
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