ESTRANHA

Acordei tristeza
Com fios mornos do olhar escorrendo
Do dia não vendo a beleza
Com o coração lento batendo

O café estava amargo sem graça
O pão com recheio vida não tinha
Resolvi dar um pulinho na praça
Para ver se a alegria vinha
De nada valeu angústia fazia pirraça

Nem a natureza me enchia de encanto
O Sol dentro de mim não brilhava
Dos pássaros não saboreava o canto
Na garganta a minha voz travava

Andando à esmo quase à deriva
Defronte a ponte sobre o rio me achei
Esquisito não me sentia viva
Uma sensação estranha, pensei
Nem tinha papel para deixar uma missiva

Fui descendo a ponte devagar
O peito acuado para trás me puxando
Uma folha em branco veio pelo ar
Quase que em minha mão pousando

Resolvi em um banco sentar
E para o alvo da folha a fitar fiquei
Palavras não vinham para ali colocar
Vazia e tristonha apenas suspirei
Vontade simplesmemte de sumir no ar


 
Cristina Gaspar
Enviado por Cristina Gaspar em 14/04/2018
Reeditado em 14/04/2018
Código do texto: T6308307
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