Caem as folhas no jardim das marés
Despencam-se também as pétalas mortas
Em mim, uma dolência ,
um nada querer,
fecham-se as portas
Selo do fim.
São tempos cinzentos
Saudades, cansaços, solidões.
Sonhos morrem aos monturos
O suor pinga na fronte
No altar nenhum incenso,
se penso,
penso triste...
Marés altas
Um afogamento da esperança
Um embotamento do amor
No poema este torpor que afugenta o leitor
Meu Deus, quanta melancolia
no verso da poesia!
Um mar de aspereza
Ausência de ternura ou acalento
Sopra lá de longe o vento
Não trás história bonita
Nem diz se sorri a Rita...
Não fala nada
Silencia
Silencio eu o riso
nesta tarde que devagarinho vai me roubando o juízo
Poema impreciso
Sem passos certos ou razão
Enquanto as folhas e as flores falecem num sangrado coração!
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