O Adeus
É qual fazer um aborto,
qual amputar um braço,
sempre que digo-te adeus,
e sou qual deserto no horto,
qual lago raso e baço,
sem os carinhos teus.
As horas passam morosas,
nos canteiros não há rosas,
nem mais há azul no mar,
tudo é triste e sombrio,
qual o leito de um rio
seco de tanto chorar.
Não tenho carícia grata,
a noite gargalha e maltrata
meu dorido coração,
dizer-te adeus é sofrer,
ouvir-te dize-lo, é morrer,
adeus é desolação...
Inverno de 2016