(tradução abaixo do original) 
 


Loneliness
(to a young one who wept) 

 

Child, listen – I will tell you about loneliness.
I know you miss the warmth of loving arms
A hand caressing your curls as you rest your head
At the sound of sweet words and promises.
But child… Loneliness isn´t something you lack
And could have if only the times or places were right.
Loneliness is a void, my love – an undeserved void.
The unwanted dog left by the road. The gander
Coming back to its empty nest every Spring.
The cubs bereaved of their mother by the hunter.
The small child bereft of a parent who´s gone.
The flowers uprooted from their sunny gardens
To silently wither in beautiful crystal bowls.
They all share the same immensurable void
The real, undeserved void of utter loneliness.
But child, if you miss the warmth of a caress
That isn´t a void – it´s a lack of something
Something real, attainable, expected even.
You are so young… You have the sadness of youth.
Loneliness… Well, loneliness is the impossible.
The unattainable, the utterly gone.
The aftermath of death, cruelty, abandonment
That leaves you senseless, astonished, bewildered.
And until you have felt the pains of War
The pains of violence and undeserved cruelty
My love, you have faced no real loneliness.
Now get up from your seat of sorrow and cold
And do something! As long as you haven´t been
Bereaved of your senses, you can overcome.
For your senses leave you when loneliness sets in
And you just go ahead through the motions of living.
So you can pull through your sadness, my love.
I know. I´ve been there. And I also know the void
When I faced War. When I faced death and torture.
But not so with you. You are so young and strong
And have the right to feel and hope and live.
So that´s why I pray for your sadness, my love.
I pray for your sadness from the depths and the void
Of my utter loneliness.

 

 

Versão em Português:
 
 

Solidão
(para uma pessoa jovem que chora) 

 


Ouve, criança – vou lhe contar sobre solidão.
Sei que você sente falta do calor de um abraço
Uma mão que lhe acaricie a cabeça cansada
Ao som de doces palavras e promessas.
Mas criança... Solidão não é falta, não é algo
Que poderia ser, caso tempo e lugar fossem certos.
Solidão é o vazio, meu amor – o vazio imerecido.
O cão desprezado e abandonado à beira da estrada.
O ganso que retorna a cada nova primavera
Ao seu ninho para sempre desabitado.
Os filhotes da mãe ursa, assassinada pelo caçador.
A criancinha cujo pai saiu em busca de si mesmo.
As flores arrancadas de seu jardim ensolarado
Fenecendo aos poucos em lindos vasos de cristal.
Todos eles compartilham do mesmo enorme vazio
O vazio real, imerecido, da total solidão.
Mas criança, se você sente falta de uma carícia
Isto não é vazio – é apenas a falta de algo
Algo real, possível, até mesmo provável.
Você é tão jovem... Tem a tristeza da juventude.
Agora, solidão... Bom, solidão é o impossível
O inatingível, porque se foi para sempre.
O resultado da morte, da crueldade, do abandono
Que o deixa sem sentidos, espantado, confuso.
E até você ter passado pelas dores da Guerra
As dores da violência e de crueldade imerecida
Meu amor, você não experimentou a solidão.
Levante-se agora de seu banco de tristeza e frio
E faça algo! Enquanto ainda não estiver privado
De seus sentidos, você pode vencer.
Porque quando se assenta a verdadeira solidão
Seus sentidos o abandonam, e você segue à frente
Apenas imitando os gestos de quem ainda vive.
Mas meu amor, você pode sair de sua tristeza.
Eu sei. Eu conheço o que você sente. E conheço
O vazio. O vazio da Guerra, da morte, da tortura.
Mas não você, meu amor. Você é jovem e forte
Você tem direito a sentir e esperar e viver.
Então é por isso que rezo pela sua tristeza.
Rezo pela sua tristeza, meu amor, desde meu vazio.
Desde o total vazio escuro e irremediável
Da minha solidão.


 
 
 

 
Dalva Agne Lynch
Enviado por Dalva Agne Lynch em 24/06/2016
Reeditado em 02/05/2017
Código do texto: T5677614
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.