NATUREZA MORTA

Na quietude mórbida da cidade grande,

vislumbro uma sensação estranha

de um céu esgotado por névoas difusas,

e um nevoeiro úmido permeando

os contornos do dia pálido,

fatigado de si mesmo.

Muitas janelas fechadas remetem a olhares

cansados e sonolentos,

como a prenunciar a velhice e seu corolário

inevitável de cansaço e solidão.

Tudo se faz cinéreo e triste!

Nem mesmo o balançar das árvores frondosas

trazem perfis de harmonia.

E os passarinhos tristonhos alçam voos,

em bandos à busca do aconchego

de seus frouxeis de ninhos.

Os meus olhos procuram clarear esquinas escuras,

enquanto a mente vagueia,

buscando esculpir, com poesia universal,

os fragmentos sublimes do encantamento dial.

Antenor Rosalino
Enviado por Antenor Rosalino em 04/12/2015
Código do texto: T5470185
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