Frustração

Os sonhos vão se molhando na nascente da ideia

O mar das lágrimas afoga todas as minhas ideias

A terra que semeei

A nascente e as lágrimas alagaram

E as minhas ideias não passaram de sementes.

Tive outra ideia

Escolhi um sol

O sol que escolhi

Encolheu o que eu colhi

E torrou a semente que semeei.

As terras do meu interior secaram

Uma seca interminável, endurecida.

Os montes também secaram

Eu poderia subi-los para ver

As estrelas mais de perto.

Mas o que adianta ver estrelas brilhantes

Com os olhos dessecados de amor?

O que antes era alagado, hoje é murcho, ressequido.

O meio- termo fugiu de mim

E os extremos ocuparam seu lugar

Assim, supliquei ao vento...

Para afastar a angústia com seu sopro

E aliviar-me do calor da dor

Para dar-me o meio-termo, o termômetro da vida.

O vento arrastou toda a poeira de tristeza

Que encontrou pelo caminho

E atirou-a sobre mim.

Sou um pássaro sem asas,

Perdido nas matas obscuras da vida.