ESCRAVA
Ando pelos cantos escondida
Sem saber, se é dia ou noite
Na vida não me foi permitida
Felicidade sem açoite
Pelos campos trabalho
De sol a fio
Me retalho
Me recolho sem desafio
Nas costas trago marcado
O chicote em talhos sem alarde
Marcas de missões mal cumpridas
Que machuca e arde
Sina descrita
Sem orgulho
Desisto, vida finita
Mergulho
Cristina Gaspar
Rio de Janeiro, 19 de fevereiro de 2015.