Caos
Às vezes os dias passam tão devagar. As noites frias congelam as poucas lágrimas de meu olhar. A jovialidade que se vai de forma acelerada, leva boa parte da minha vaidade para lugares malditos
Os traços da idade confirmam o que alguém já disse. Despejam à minha frente os indícios da velhice. Deito em minha cama em alta turbulência. A insônia me enfraquece em meio a conflitos.
Às vezes os dias passam tão devagar. As noites frias congelam as poucas lágrimas de meu olhar. As escadas são intermináveis nesse processo cansativo de idas, permanência e vindas. O corpo já não suporta as árduas batalhas. Os pensamentos confusos se juntam às tralhas. O fim se aproxima a cada pôr-do-sol. A cada ar inspirado nessas tardes lindas.
Às vezes os dias passam tão devagar. As noites frias congelam as poucas lágrimas de meu olhar. Sou tempestade em quase todos os minutos, pois trovejo indignações contra todo o sistema!
Sei que não serei condecorado nessa guerra. O meu sangue descerá disperso pela infértil terra. Há situações em que não obtemos a vitória. A esperança vive nas sombras do desânimo, enferma.
Às vezes os dias passam tão devagar. As noites frias congelam as poucas lágrimas de meu olhar. Não sinto mais o futuro promissor em meus olhos, quando dou de cara com o meu reflexo. Vejo apenas vincos em uma face amargurada. Vejo um passado cruel que limita a minha estrada. Sou uma vítima incapaz de lutar! Apenas um nada nesse mundo severo e complexo.
Às vezes os dias passam tão devagar. As noites frias congelam as poucas lágrimas de meu olhar. A morte não bateu à minha porta, mas deixou-me nesse caos sem ninguém ao entorno. As cinzas tomaram conta de tudo que conheço. Não há mais casa, jardins ou qualquer endereço. Ando sem direção por caminhos vastos... escoltado pelo ódio, o meu verdadeiro dono!
Alexsandro Menegueli Ferreira- 04 de novembro de 2013