SEM PALAVRAS
(Samuel da Mata)
Não me peças palavras para a ti dedicar
Já sou fonte sem água, só tristeza a jorrar
Sou cantiga sem vida, sou o piar do sertão,
Sou uma ave ferida a se arrastar pelo chão.
Já não vejo poesia em um nascer do sol,
Só há penumbra e tristeza no cair do arrebol
Muito mais que angustia é o que estou a sentir,
soluços de minh'alma, é melhor não ouvir.
Não se pede ajuda a quem não tem um tostão
Nem se estende o braço a quem não tem mais as mãos
Não há música ou poesia no apagar da ilusão
Do soluço o bramido é minha única expressão.
(Samuel da Mata)
Não me peças palavras para a ti dedicar
Já sou fonte sem água, só tristeza a jorrar
Sou cantiga sem vida, sou o piar do sertão,
Sou uma ave ferida a se arrastar pelo chão.
Já não vejo poesia em um nascer do sol,
Só há penumbra e tristeza no cair do arrebol
Muito mais que angustia é o que estou a sentir,
soluços de minh'alma, é melhor não ouvir.
Não se pede ajuda a quem não tem um tostão
Nem se estende o braço a quem não tem mais as mãos
Não há música ou poesia no apagar da ilusão
Do soluço o bramido é minha única expressão.