ACALENTO DO TEMPO
(Samuel da Mata)

Há tristezas rudes que nunca deixam o ninho
Sonhos coloridos que nunca alçaram voo
Chagas abertas, em um eterno espinho
Canções tristonhas, que em silêncio entoo

Lágrimas já vertidas, por uma causa inerte
Longas caminhadas, pra se chegar ao nada
Esforços gigantescos, tomados como um flerte
Angústias duradouras, na espera da alvorada

Caminhos repartidos, sentimentos escusos
Feridas e amarguras, a podridão exposta
Sonhos de amor desfeitos, alegrias mortas

Palavras perdidas, a invejar os mudos
Amigos de outrora, a fechar-me as portas
O Sol nasce de novo, só isto me conforta
Samuel da Mata
Enviado por Samuel da Mata em 17/10/2013
Reeditado em 07/09/2015
Código do texto: T4529099
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