" CONFIDÊNCIAS NADA CONFIDENCIAIS"
Uso a poesia como linguagem
para falar do meu interior
minhas confidências espraiam
qual réstias de luar
que prateando o oceano
contam mexericos ao pé do ouvido
e, a brisa sopra-me a beleza
que dizem tenho por dentro, agora
esfriado pela luz do teu olhar
posso confessar sem agonias
ser cedo para amá-la novamente
pois na cristalina escuridão
teu beijo se apaga, sofregamente
o gosto, mistura-se aos lampejos do mar
logo, outras virão amar-me
sem agonias, com nada para dar
ao menos enquanto
eu for poesia...
Sul, em 23/11/1992.